No dia de Natal deram-me o livro «Três Histórias do Futuro» da autora Luísa Ducla Soares. Das três histórias a que mais gostei foi «Um filho por encomenda».
Esta história conta que um rei muito perfeito queria um filho perfeito. Mas, o rei não encontra uma mulher perfeita para que fizesse um filho perfeito, até que um dia mandou fabricar uma máquina que construísse um filho. A máquina do futuro demorou mil dias e mil noites a ser fabricada e finalmente nasceu o menino.
O médico disse ao rei que o menino tinha de beber leite e tomar banho a horas certas e muitas outras coisas mais.
Mas, um dia, o menino adoeceu e foi para o hospital. Ele ficou ligado a cinquenta máquinas, uma aquecia-lhe os pés, outra tirava o suor, mas o menino não tinha melhoras.
Finalmente, ele acordou, arrancou os fios das máquinas, saiu da cama e fugiu do hospital e foi deitar-se num banco de jardim.
O rei no dia seguinte não viu o seu filho no hospital e colocou um anúncio nos trinta e cinco jornais que existiam e em todos os canais de televisão em letras grandes: «PRÍNCIPE PERFEITO DESAPARECEU DO HOSPITAL, ATÉ AGORA NENHUMA PISTA PARA O ENCONTRAR» mas o rei leu, por baixo do anúncio em letras pequenas: «rapazito abandonado, dorme num banco de jardim».
O rei ao ler aquela informação pensou: “Como é possível num país com 70216 orfanatos! Será o príncipe perfeito?” - E pediu para o ir buscar, quando o menino abandonado chegou o rei perguntou-lhe:
- Como te chamas?
- Não tenho nome.
- Que idade tens?
- Tenho quatro anos, nasci na primeira hora, do primeiro minuto, do primeiro segundo, do dia 1 de Janeiro de 2321.
O menino olhou para a máquina e deitou duas lágrimas. O rei abraçou-o e sentiu o seu coração a palpitar e assim descobriu que era o seu filho. Brincou com ele até que ele lhe pediu:
- Dá-me um nome como os outros meninos têm.
O rei deu-lhe o nome de Felício Máquina Malaquias, por três razões: Felício porque queria que ele fosse feliz, Máquina, pois foi esta que o construiu e Malaquias que era o nome do rei.
Eu gostei de ler esta história, porque o rei descobriu que o amor e o carinho são o mais importante para o seu filho e não as máquinas.

Rui Daniel Simões Colaço
31/12/2009

date segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

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